“Vamos brincar a quê?” perguntava a mais pequena.
“A nada.” respondeu a do meio.
A mais pequena desatou a chorar. E quando chora, chora com tudo.
A irmã acalmou-a e disse: “Sabes como se brinca a nada?”
“Não.” respondeu ainda entre lágrimas.
E, puxando a irmã pela mão foram as duas lá para fora.
Então, deitaram-se no chão quente, espreguiçaram-se, riram, conversaram, até que a do meio começou a ficar mais quieta, em silêncio. A mais nova queria conversar, tocava-lhe, provocava-a e nada.
Até que perguntou: “Já não estamos a brincar mais?”
“Sim.” disse a irmã. “Estamos. Só que agora é a parte do NADA.”
E permaneceu no seu silêncio interior, como tão bem sabe fazê-lo.
A irmã seguiu-a e manteve silêncio. Mesmo não sendo a sua principal forma de conexão, a mais pequena conseguiu praticar o seu silêncio interior.
Passado uns momentos, fartou-se. Levantou-se e foi-se embora.
A irmã ficou.
E está tudo bem.
O silêncio aprende-se praticando o silêncio interior.
Simples.
Nós mães podemos praticar mais vezes o silêncio interior?
Claro que sim.
Como?
5 Dicas para praticares o silêncio em família!
1º Estar presente. Inteira com o olhar. – evita imensas palavras desnecessárias.
2º Reduzir o “Dar”, “Debitar” (ou como queiras chamar!) imensas explicações. Geralmente até sentes que “entra a 100 e sai a 200”, certo?
3º Joga o jogo do silêncio com os teus filhos. Encontrem outras formas de comunicar para além das palavras. Exemplo: à hora da refeição, no banho, numa viagem curta de carro, etc. Estamos demasiados habituados à comunicação verbal, quando temos todo um conjunto de comunicação fantástico por praticar: toque, visual, emocional, corporal, etc.
4º Como podes tu, praticar o teu silêncio interior todos os dias?
Ler um livro, contemplar a lua, observar a luz de uma vela, etc. É importante que o faças na presença dos teus filhos. Acredito que não praticamos o silêncio o suficiente na presença dos outros. E por isso no início pode parecer uma missão (quase!) impossível. Confia. Continua a praticar. Um passinho de cada vez.
5º Respeita os silêncios dos teus filhos. Eu sei que os silêncios por vezes nos incomodam e sem querer já interrompemos. Observa. Contempla sem interromper. Espera pela tua vez de falar. Neste momento o teu filho está a falar com ele próprio.
E pode ser que tu chegues à conclusão que precisas de reaprender a praticar o teu silêncio interior.
E está tudo bem. Eu também já passei por aí. E por isso agora inspiro outras mães a permitirem-se receber.
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Grata por leres o que escrevi.
Sandra Matos